O protocolo de dietas para os nossos amigos, determina a inclusão de uma quantidade de cereais, ricos em amido, para que as máquinas extrusoras provoquem uma adequada expansão do produto.
Geralmente, os cães não têm acesso a uma gama variada de alimentos e a eles é quase sempre dada apenas uma escolha. Como os alimentos disponíveis no comércio, são bem flavorizados, o cão consome acima do que realmente precisa.
O dono do cão não percebe nada de negativo no presente, mas, problemas de inadequação nutricional serão somente notados a longo prazo. Estes problemas normalmente se mostrarão no formato de má aparência, obesidade, pressão arterial alterada, falhas renais, câncer, resistência à insulina, hiperinsulinismo e outras mais.
Altos níveis de gordura na dieta resgatam o alimento original de cães na natureza. Além de ter alta digestibilidade, leva o animal à um estado rápido de saciedade (diminui o consumo) e produz uma resposta glicêmica baixíssima.
Dietas com muito carboidrato sobrecarregam o pâncreas que é obrigado a produzir quantidades elevadas de insulina para manter os níveis de glicose plasmática normais (hiperinsulinismo). A gordura é metabolicamente neutra, não altera o nível de glicose no sangue nem induz a produção de insulina. As proteínas da dieta apresentam cerca de 50% de seus aminoácidos como glucogênicos (podem resultar, se necessário em síntese de glicose) e induzem minimamente a produção de insulina.
Uma dieta rica em 34%de proteína bruta e 20% de gordura é a que mais se fica próxima da alimentação original de cães.
Uma dieta alimentar rica em carboidratos conduz a um aumento de consumo diário em comparação a uma dieta alimentar com grande porcentagem em proteína e gordura. O aumento de consumo acaba resultando em maior volume de fezes e mais pastosa, aumentando as chances de torção gástrica, causando uma situação de palatabilidade e digestibilidade, podendo aumentar a probabilidade de obesidade. Ao contrário, uma dieta alimentar de alta porcentagem de proteína e gordura, diminui o consumo de alimento (cerca de 33% do consumo/dia - gráfico 01), menor probabilidade à torção gástrica, redução do volume de fezes, consistência melhor das fezes, alta palatabilidade (palatabilidade = preferência = consumo), 13% redução consumo calórico/dia (Quadro 03), além de ser uma alimentação mais próxima a original dos cães.
Podemos observar no Gráfico 01 e no Quadro 02, uma alimentação com alto teor de proteína e gordura supre as necessidades alimentar diária dos cães com uma menor quantidade de alimento consumido. A energia consumida é mais habilmente aproveitada, pois a fonte é a gordura e a proteína ingerida não ultrapassa os limites exigidos do cão.