Golpes de Calor - O verão pode ser perigoso. Brincar ou exercitar um cão em temperaturas elevadas pode ser fatal para estes animais. A prevenção é a melhor forma de proteger o seu animal de estimação. Leve em conta, sempre, possíveis riscos, faça o seu melhor para reduzi-los ou eliminá-los. Mantenha os animais frescos e calmos na parte mais quente do dia. Ajude o seu animal a manter-se saudável seguindo estes conselhos simples:
Qualquer animal pode sofrer um golpe de calor. Contudo, são particularmente susceptíveis:
• Os animais muito jovens ou muito velhos.
• Animais com história pregressa de golpes de calor.
• Animais com focinho achatado.
• Animais com excesso de peso.
• Animais com problemas cardiovasculares ou respiratórios.
Para prevenir um golpe de calor:
• Mantenha sempre disponível água limpa e fresca.
• Quando o animal é mantido num canil ou num recinto fechado deve certificar-se de que há ventilação e circulação do ar adequada.
• Quando estão fora de casa, deve assegurar-se que têm locais com sombra onde se possam refugiar.
• Evite que o seu animal de estimação faça exercício excessivo nas horas de maior calor.
• NUNCA deixe o seu animal de estimação fechado num carro estacionado.
Alguns sinais de golpe de calor são: respiração ofegante e salivação, olhar arregalado ou ansioso, não responder às suas ordens, pele seca e muito quente, febre alta, batimento cardíaco acelerado, fadiga e fraqueza muscular.
Caso o cão venha a sofrer um golpe de calor, tente reduzir a temperatura imergindo-o gradualmente em água fria. Depois leve o seu cão de estimação imediatamente ao veterinário.
Leishmaniose - Esta doença é transmitida por um mosquito e pode ser fatal. Em algumas áreas é recomendada a prevenção durante todo o ano.
Phlebotomus
Distribuição da doença no mundo: A Leishmaniose ou Calazar persiste até hoje em locais muito pobres, remotos, e às vezes politicamente instáveis, onde é muito difícil levar assistência médica. Os pacientes têm pouco acesso a medicamentos a preços acessíveis e a medidas preventivas. A doença é endêmica em 88 nações, onde 350 milhões de habitantes estão sob risco de infecção. Quase todos os 500 mil novos casos anuais provenientes de epidemias recorrentes, ocorrem nas áreas rurais do continente indiano (Índia, Nepal, Bangladesh), Brasil e Sudão.
Legenda mapa: Distribuição mundial de Calazar (leishmaniose visceral), 1997.
Ciclo da Leishmaniose - O inseto transmissor pertence ao gênero Lutzomyia, nas Américas, e Phlebotomus, no restante do mundo. Durante o repasto sangüíneo a fêmea do flebotomíneo ingere macrófagos parasitados por leishmanias que, no intestino do mosquito, seguem o ciclo necessário para o seu desenvolvimento. Posteriormente ocorre a contaminação de seres humanos e animais pela picada do mosquito infectado.
Parasita Leishmania
Pulgas e Carrapatos - Esteja atento a sinais de parasitas que existem particularmente no tempo mais quente. Converse com o seu veterinário sobre os vários métodos de prevenção de pulgas e carrapatos e o seu tratamento. Certifique-se de que o produto utilizado é adequado e seguro para o seu animal. Caso ocorra uma infestação por pulgas deve-se promover o controle do parasita no animal e nos locais por ele ocupados. Se notar um problema de pulgas em sua casa, certifique-se, por exemplo, de mudar o saco do aspirador todas as vezes que o usá-lo. Poderá ser necessário adquirir produtos especiais para se ver livre das pulgas. Alguns carrapatos podem transmitir doenças, como por exemplo, a Erliquiose e Babesiose. Qualquer carrapato que encontre no seu animal deve ser pronto e completamente removido. Use uma pinça junto a pele do seu animal de estimação e, com cuidado, retire o carrapato assegurando-se de retirar completamente a cabeça e a parte junto à boca. Peça ao seu veterinário que lhe mostre o modo correto de remoção dos carrapatos.
Carrapato
Ovos de Carrapato
Displasia - A displasia coxo-femural é uma doença hereditária, uma alteração física ou má formação nas articulações, com maior incidência nas ligações entre a bacia e os membros traseiros, chamadas de coxo-femurais. Pode acometer cães de todas as raças, mas principalmente raças grandes. Dependendo do grau, causa incômodo, dor ou até problemas graves de locomoção. Quando a fêmea tem displasia, as chances do filhote possuir são grandes, para que a doença não se agrave, deve-se tomar alguns cuidados como evitar pisos lisos. Até os três meses de idade, é recomendável praticar exercícios moderados com a finalidade de fortalecer a musculatura da pélvis, única estrutura de tecidos moles que pode ser fortalecida. Quando já crescidos, deve-se evitar a obesidade e exercícios em demasia, como exercitar seu cão andando de bicicleta, obrigando-o a segui-lo. Um modo de se evitar que os reprodutores transmitam esta enfermidade aos filhotes, é diagnosticar todos os exemplares através de radiografias e evitar o acasalamento dos afetados. Um cachorro que tem displasia coxo-femural pode viver uma vida normal, se a mesma for branda, mas não deve ser utilizado para acasalamento ou reprodução. Mesmo se um filhote é normal, e seus pais são doentes, não se deve usá-lo para reprodução, pois seus filhos podem adquirir a doença.
Classificação da Displasia Coxofemural |
Grau |
Descrição |
Reprodução |
HD |
Sem sinais de displasia |
Apto à reprodução |
HD+/ |
Articulações coxofemurais próximas do normal |
Apto à reprodução |
HD+ |
Displasia Coxofemural de grau leve |
Ainda Permitido |
HD++ |
Displasia Coxofemural de grau moderado |
Não apto à reprodução |
HD+++ |
Displasia coxofemural de grau severo |
Não apto à reprodução |
Brucelose Canina - Brucelose é uma enfermidade da área reprodutiva que pode provocar além de aborto em fêmeas, infecção dos órgãos sexuais em machos e infertilidade em ambos.
É causada por uma bactéria da qual há vários tipos diferentes e que infectam porcos, cabras, cavalos, ovelhas ou cães.
Embora houvesse registros de incidências isoladas de cães que ficam contaminados pelo contato com o gado infetado com uma outra espécie de bactéria, o nome da bactéria que especificamente infeta os cães é chamada de Brucella canis.
O contagio é através da relação com o sêmen ou descarga vaginal de um macho ou fêmea infectados (durante o acasalamento), por contato com secreções mamárias e filhotes abortados, e também pode ser através do contato com urina ou outras secreções.
Em condições de canil em ambiente fechado, pode ser transmitida até mesmo via aérea. Pode ser contagiosa aos humanos, em quem causa sintomas como os da gripe.
Sintomas da Brucelose Canina
Fêmeas: Aborto, entre 45 e 55 dias depois de cruzar, ninhadas com alguns filhotes mortos ou morrendo logo após o nascimento, e em outros casos, morrem na fase de embrião e são reabsorvidos, em tais casos pode até parecer que a cadela não engravidou.
Machos: Inflamação do epidídimo, testículos e/ou de próstata (conduzindo a atrofia de testículos), infertilidade devido ao esperma anormal e relutância para cruzar devido a dor ocasionada por inflamação dos órgãos reprodutivos. Machos também podem causar lesões lambendo a área dolorida.
Ambos os sexos: Nódulos linfáticos inchados. Em alguns casos podem mostrar sinais não-específicos de saúde deficiente. Em algumas situações raras a enfermidade causa danos para os rins e para o sistema nervoso.
Portanto, o aspecto mais perigoso da doença, seja a discrição talvez; os sintomas acima nem sempre são vistos - em muitos casos um cão infectado pode não ter nenhum sinal externo. Cadelas infectadas terão ciclos de cio normais e acasalar normalmente, e em muitos casos uma cadela infectada com Brucelose, depois de abortar uma ninhada toda, pode conceber e dar cria de uma outra ninhada viva subseqüente. O problema nisto é que ela pode infectar qualquer macho com que ela é cruzada, e os filhotes dela serão prováveis portadores da doença e irão infectar outros cães assim por diante.
A estimativa dos peritos é que até 6% da população canina estão infectados, pois a fonte principal são cães perdidos que transitam em grandes centros.
Não há nenhuma vacina, e o tratamento que normalmente consiste na administração prolongada de Tetraciclina e Streptomicina pode não ter efeito. A única prevenção é ter todo o plantel testado antes de cruzar.
Um cão que teve um teste positivo para Brucelose não deveria ser acasalado. Trazer um animal infetado para um programa de procriação pode destruir anos de trabalho para estabelecer uma linha de sangue.
A doença é transmitida a um ser humano que teve contato inadequado com filhotes abortados. Por isto, se a pessoa tiver uma cadela que aborta ou tem filhotes natimortos, os filhotes mortos, membranas, placentas, etc. devem ser manipulados com luvas e a área deve ser desinfetada completamente. A cadela deve ser testada o mais cedo possível para Brucelose para verificar se a doença foi a causa da ninhada de natimortos.
PROBLEMAS OFTALMOLÓGICOS
Os problemas de visão dos cães em geral exacerbam-se com a idade. Lesões causadas por objetos cortantes, dentadas e unhadas são uma constante na oftalmologia veterinária. A cirurgia corretiva das pálpebras em algumas raças é efetuada de forma rotineira. A evolução das ciências veterinárias tem ajudado muito a saúde dos nossos amigos. A maior parte dos problemas decorrentes da idade podem ser identificados através de acompanhamento regular no seu médico veterinário.
Glaucoma - O glaucoma é caracterizado por um aumento na pressão intra-ocular, devido a formação ou obstrução do ângulo de drenagem; bloqueio pupilar e luxação ou sub-luxação do cristalino. Estes fatores causam a não eliminação do humor aquoso (substância que preenche as câmaras oculares) resultando em aumento da pressão intra-ocular. Podendo, ainda, dividir-se em congênito, primário e secundário.
Olho com Glaucoma
A enfermidade manifesta-se por sinais clínicos, como edema de córnea, congestão de vasos oculares, midríase (dilatação da pupila), aumento da PIO e do globo ocular e dor.
A terapia tem o objetivo de diminuir a produção do humor aquoso ou mesmo aumentar sua drenagem, podendo ser clínica ou cirúrgica, não obstante a segunda opção não apresentar bons resultados. O prognóstico do glaucoma é bastante reservado, sendo o tratamento raramente curativo .
Cataratas - O que é uma catarata? É uma opacidade no cristalino. Pode ser desde pequena e não afetar a visão ou mesmo pode envolver toda o cristalino e provocar cegueira. A maioria das cataratas, possui caráter hereditário e manifestação bilateral. A catarata pode ser desencadeada por doenças como o diabetes e as uveítes, pelo contato com substâncias tóxicas e pela presença de tumores intra-oculares. Relativamente à idade do cão, a catarata pode ser classificada em congênita, juvenil, adulta ou senil. A congênita está presente por ocasião do nascimento. A juvenil ocorre em animais com menos de dois anos. A catarata dos adultos surge em cães com dois a seis anos. As cataratas senis desenvolvem-se em pacientes com idade avançada e são extremamente freqüentes nos cães. O único tratamento das cataratas é a remoção cirúrgica. A remoção da catarata é um procedimento cirúrgico muito delicado, podendo haver alguma diferença nos procedimentos de clínica para clínica, segundo técnica utilizada. Um exame oftalmológico completo é necessário de modo a se determinar se o cão é um bom candidato à cirurgia. Também é importante a realização de um electroretinograma para testar a função da retina. A administração de medicação deve ser iniciada alguns dias antes da cirurgia. A técnica cirúrgica de eleição é a facoemulsificação que consiste na utilização de vibrações por ultra-sons para liquefazer a catarata que é então aspirada do olho através de uma incisão mínima. Após a cirurgia, o paciente é mandado para casa sob observação. O sucesso da cirurgia é dependente do tratamento pós-cirúrgico. Para que a cirurgia da catarata seja bem sucedida, o resto do olho, exceto a lente, tem de estar saudável. Por vezes, a lente está tão opacificada, que não permite o exame direto da retina. O electroretinograma (ERG) é um teste eletrônico que permite testar a função da retina.
Olho com Cataratas
Dirofilariose - Os cães são infectados por parasitas que causam doenças graves. Estes podem instalar-se em vários órgãos, porém os mais comuns são os vermes gastrointestinais e o verme do coração (vulgo Dirofilariose). O parasita da Dirofilariose tem o nome, Dirofilaria Immitis, devido sua forma larvar que ingressa no organismo do cão quando este é picado por mosquitos que já picaram um hospedeiro infectado. Após cerca de 90 à 100 dias da infecção, a larva desenvolve-se e aloja-se na área entre o átrio direito e a veia cava do coração. Na fase adulta, o parasita alcança cerca de 30 cm de comprimento e, após 7 à 8 meses da infecção, já podemos encontrar microfilárias a circular no sangue.
Coração com Dirofilariose
Sintomas: Os principais são: tosse, falta de ar, emagrecimento, cor escura da língua, intolerância ao exercício e, quando a insuficiência cardíaca já se estabeleceu, pode ocorrer falência do fígado e dos rins, podendo até surgir aumento de volume abdominal e líquido nos pulmões. A tosse geralmente é crônica.
Diagnóstico: O diagnóstico feito é baseado nas informações obtidas junto ao proprietário, no exame clínico e nos exames complementares que detectam a presença de microfilárias na corrente sangüínea, na radiografia do tórax, no eletrocardiograma e no ecocardiograma, além de exames para análise da função dos rins e fígado nos estágios mais avançados. É importantíssimo salientar que o diagnóstico pode e deve ser feito com precisão e, uma vez o apresentando a doença, as formas de tratamento devem ser expostas. O tratamento pode ser dirigido à extinção dos vermes adultos (tratamento adulticida) e/ou das microfilárias (tratamento microfilaricida), associado ao tratamento sintomático da insuficiência cardíaca.
Para finalizar, podemos dizer que a melhor forma de tratar a Dirofilariose Canina é através da prevenção.